quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Participação 17º Festival Mundial da Juventude

Amigos leitores deste blog,
Estou entrando em férias neste final de semana até o próximo ano.

Embarco, neste sábado, para África do Sul, compondo a delegação brasileira no 17º Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes. Lá vou fazer parte da mesa "O PAPEL DO MOVIMENTO ESTUDANTIL PARA UMA EDUCAÇÃO PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE".


Um abraço a todos!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

GEORG GRODDECK

TRABALHO APRESENTADO POR LUCAS NÁPOLI NA UERJ.
O TEMA É INTERESSANTÍSSIMO, VALE A PENA OUVIR.
UM RESGATE HISTÓRICO DA OBRA DE GEORG GRODDECK, A PSICANÁLISE E A PSICOSSOMÁTICA. 
DO BLOG LUCAS NÁPOLI


Apresentações de Lucas Nápoli no V Seminário de Pesquisas do IMS-UERJ by lucasnapoli

http://soundcloud.com/lucasnapoli/apresentacoes-de-lucas-napoli-no-v-seminario-de-pesquisas-do-ims-uerj

O HOMEM PRIMITIVO

TEXTO DE MARCIO VEGAS DO BLOG O RECALQUE

A ideia de que existiu, há muito tempo atrás, um homem primitivo é um recurso muito utilizado para falar sobre a natureza e a origem do homem. Freud, no texto "Totem e Tabu", nos conta sobre um tempo mitológico, pré-civilizatório, em que os agrupamentos humanos eram dominados por um macho mais forte. A principal característica deste líder é o uso a força para manter o seu domínio, com o direito de matar qualquer um que o rivaliza-se. Outro aspecto importante, é o de ser o único a dispor de todas as fêmeas do grupo, independentemente dos laços de parentesco. As mulheres eram dele.


Tal figura terrível era, de tempos em tempos, substituída por um outro homem mais jovem e forte que conseguia vencê-lo em uma batalha mortal. Nos conta Freud que uma determinada vez, os homens se reuniram contra este pai ditador e decidiram matá-lo juntos; e para evitar que a tirania continuasse optaram por compartilhar o poder e as mulheres. Surge o primeiro pacto social a partir do assassinato do "pai da horda primitiva" e se instituiu a lei do incesto como modo de garantir fêmeas a todos os membros da tribo.

Festas e rituais foram criados para lembrar este dia e garantir o compromisso assumido entre os homens, revivendo o assassinato do pai. Com o tempo, o pai primitivo foi substituído por animais sagrados que por sua condição só podiam ser caçados e ingeridos em rituais; depois tornou-se um deus, em seguida vários deuses e novamente um Deus único.

Hoje, tempo em que valores são relativizados, cerimônias e ritos capitalizados, a lei e a hierarquia escrachados, perdemos recursos simbólicos para lidar com a agressividade. Resultado: mata-se porque era negro, porque era gay, porque era judeu, porque era mulçumano, porque era pobre, porque era rico, em geral, mata-se porque era diferente. Enfim, mata-se por falta de um importante anteparo psíquico para que o desejo de matar seja diferente do ato de matar. O homem primitivo é um mito vivo dentro de cada um de nós. Somos o homem primitivo

PARA QUE SERVE UM FIM?

BELÍSSIMA REFLEXÃO DO BLOG SIGNIFICANTES



“Difícil não é começar, difícil é recomeçar”. Li esta frase hoje, escrita em um quadro negro, em um dos lugares onde eu trabalho. Deixou-me pensativa. Ora, as coisas acabam. Tudo que tem um começo tem também um fim. Só o que tem fim é que pressupõe um recomeço. Aquilo que é infinito não pode ter um começo.


Diariamente vemos pessoas sofrendo com o final das coisas. Finais de relacionamentos, finais de histórias, finais de dia, finais. Espera-se ansiosamente pelo último capítulo da novela, pela última página do livro, pelo último dia de trabalho na empresa, pelo último dia de aula. Mas não pelo último beijo. Não pelo último brinde. Não pelo último afago. Não pela última palavra. Não pelo último dia de vida.

Todos sabemos que vamos morrer, basta estar vivo para isso, diz o clichê. Mas a vida se tornaria insuportável se não nos “esquecêssemos” disso. Justifico o uso das aspas. Não se esquece que vai morrer. Ninguém em são consciência coloca-se em uma situação de risco, porque esquece que pode morrer. Não nos jogamos da janela porque esquecemos que somos mortais.

Mas por outro lado, sim, esquecemos que podemos morrer. Acreditamos sermos imortais. É o tal do “isso não acontece comigo”. E não é só com a morte. O fulano faz sexo sem camisinha, duvidando de que pode mesmo pegar uma doença venérea. A fulana engravida, duvidando de que o seu corpo poderia gerar uma criança. O outro dirige depois de beber um bocado, pensando que vai ter sorte e chegar em casa sem nenhum arranhão. A outra cai no golpe do bilhete premiado achando que é esperta. E assim a vida segue.

A vida está sempre nos lembrando de que as coisas têm um final, de que não somos imortais, de que não somos super-heróis, de que não temos super poderes. E nós não cansamos de não aprender. Por quê?

Em Psicanálise, chama-se de recalque esse esquecimento que coloco entre aspas. A vida seria insuportável se tivéssemos consciência, o tempo todo, da morte. Quem suportaria falar cada palavra, pensando que poderia ser a última? Alguém seria forte o suficiente para dar o último beijo em cada beijo? Quão doído seria sair de casa para ir ao trabalho? Quão doído seria deixar os filhos na escola? Quem poderia dormir? É preciso recalcar a morte.

Por outro lado....suportaríamos a eternidade? E se vivêssemos para sempre? Quanto dura o “para sempre”? O eterno é simplesmente isso; eterno. Ausência de tempo, ausência de medo, ausência de riscos. Pode parecer confortável a uma primeira vista, mas certamente seria tão insuportável quanto se lembrar da morte o tempo todo. É como no filme “O diário de um vampiro”, em que o personagem principal diz que a eternidade é a sua maldição. Ou, ainda, Fred Mercury, que canta: “Who wants to live forever?”
Somos incapazes de valorizar as coisas das quais temos certeza. Não podemos amar as coisas das quais temos certeza. A certeza ofusca, deixa as coisas sem brilho. Seja a certeza de viver ou de morrer. Queixamos-nos da falta de garantias que a vida nos proporciona. Mas queixamos-nos de tantas coisas que amamos! Reclama-se da falta de liberdade que há nos relacionamentos, mas não se vive sem eles! (Cabe aí relacionamento com mãe, namorado, esposa, filho, etc) Queixamos-nos do outro, mas não podemos viver sozinhos.

Só podemos viver na condição de amar. Só podemos amar na condição de duvidar. Só podemos duvidar na condição de desejar. Desejar ser amado, desejar amar, desejar crescer, desejar viver, desejar realizar, desejar desejar.

“Difícil não é começar, difícil é recomeçar”, dizia a frase. O recomeço acontece depois de uma decepção. Depois que a vida nos frustra, nos lembra de que não há garantias, de que não estamos completamente seguros em lugar nenhum na vida. Seja um lugar de espaço físico (em casa, na rua, no shopping), ou em espaço como posição (namorada, marido, noiva). A vida vem, nos lembra da nossa finitude, e aí é preciso um recomeço. Frequentemente escuto pessoas dizerem que suas vidas melhoram depois disso. Que passaram a valorizar o seu tempo, a sua vida, depois de levar uma “rasteira” da vida; ou da morte. Há portadores de HIV que juram que a sua vida melhorou depois de saber do vírus. Dizem que passaram a viver, ao invés de apenas sobreviver.

Talvez porque sabendo da efemeridade das coisas, pode-se aproveitá-las. Sabendo da incerteza de cada momento, podemos vivê-los. Podemos passar de espectadores, a atores.

TV PRÁXIS






Link de video conferência de Antoni Vicens, do Instituto do Campo Freudiano de Barcelona.

http://www.icf-granada.net/videos3.htm#reTV

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

DA MAIS VALIA AO OBJETO a COMO MAIS DE GOZAR

No bojo do movimento de maio de 1968 Lacan formaliza em seu ensino o conceito de objeto a como mais-de-gozar, dando uma guinada dos objetos a naturais, para os objetos de mercado, estabelecendo não como similar, mas como homólogo os termos mais-de-gozar (mehrlust), e o conceito que Marx faz de mais valia (mehrwert).


Lacan prossegue nesta aproximação, afirmando ainda que o sintoma não deveria ser buscado em Hipócrates, mas em Marx na sua formalização de mais valia.

É na passagem do período pré capitalista, onde o mercado se estabelece ainda pela troca de equivalentes, ao período de ascenso da burguesia em seu novo edifício econômico, que podemos identificar a criação do sintoma.

Lacan no Seminário XVI – De um Outro ao Outro, diz que o sujeito é aquilo que pode ser representado por um significante para outro significante e que isso seria calcado na descoberta de Marx de que o sujeito de valor de troca é representado pelo valor de uso. Tal troca de equivalentes, característico do período feudal, tem uma brecha, que cai com o advento do capitalismo, dando lugar a mais valia.

Na nova sociedade burguesa a condição de dominação e servidão típicas do feudalismo é recalcada. Marx trata da relação fetichista que o capitalista estabelece com as coisas, afirmando que as relações sociais entre indivíduos na nova sociedade capitalista disfarçam-se em relações sociais entre coisas. Daí o caráter fetichista do sintoma formalizado por Marx. O proletário, não mais na condição de escravo do senhor feudal, torna-se escravo de sua liberdade, ao vender livremente sua força de trabalho. Desprovido dos meios de produção, passa a ser mercadoria, e cujo uso produz mais valia, ou seja, o excedente que é apropriado pelo capitalista. A mais valia, como negação da troca por equivalentes, acarreta o sintoma, como um excesso de gozo.

Marx, em O Capital, estabelece as bases da teoria econômica de mercado, diferenciando-se de seus antecessores por identificar no valor da mercadoria, um excedente, sendo este da ordem de um excesso, é o lucro do capitalista.

Eis aí a mais valia nas palavras de Marx:

“Toda mais valia , qualquer que seja a forma na qual se cristalize, é por sua substância, materialização de trabalho não pago, que é igual ao trabalho excedente da venda de mão de obra do proletário.”



      Mais Valia                       trabalho excedente              trabalho não pago
__________________ = ___________________ = __________________

Valor da força de trabalho     trabalho necessário                  trabalho pago

Aí vemos a fómula de Marx da mais valia,
Na ágebra lacaniana se increverá da seguinte forma.


          DM






O S1, o senhor, age buscando um saber no campo do Outro. Saber que é do escravo, pois o senhor nada sabe. O saber fazer é do escravo. Nesta operação, do significante mestre com o significante do saber, há um resto, da ordem o excesso, do objeto a como mais-de-gozar.

Na formulação que lacan estabelece dos discursos, o objeto a, não se trata de um gozo “normal”, porque o gozo como está inscrito no laço social, só emerge de um excedente, sendo constitutivamente um excesso. O excesso necessário ao capitalista ao extrair o saber do proletário, que é a mais valia, excedente de trabalho.

Jacques-Alain Miller lembra que o objeto a é prioritário no campo da realização subjetiva, portanto na clinica e no laço social. Seria pois, todos os objetos a, inscritos nos quatro lugares dos discursos, mais-de-gozar?

A estrutura dos discursos estabelece o objeto a como mais-de-gozar. No discurso do analista, o objeto a se mostra como opaco, com efeito de rechaço, de recusa, mas também como objeto mais-de-gozar no interior da fantasia do analisante. No discurso do analista o que trabalha é o sujeito, ficando o saber suspenso.

         DA


No discurso da histérica o sujeito busca-se um significante que dê conta de seu gozo, não podendo dar conta do saber, evoca o mestre para dar conta do saber, enquanto deixa abaixo de si, o objeto a, como diz JAM, “como efeito de corte da linguagem no corpo”. É elemento causa de desejo. A histeria demonstra os objetos a naturais, mas quando estes mesmos objeto a naturais são postos no mercado pelo sintoma histérico, tais como as tatuagens, piercings, cirurgias plásticas, medicações, temos o objeto a como mais de gozar. Lembremos que é homólogo o mehrwert e o mehrlust, portanto todo objeto do mercado é objeto como mais-de-gozar.

         DH







No discurso Universitário, o agente é o saber pleno, tendo o professor como representante deste saber, que se liga em termos ao discurso da ciência, coloca o aluno, chamado por Lacan de astudado, que já caracteriza sua posição como objeto a como mais-de-gozar, por “não ser mais que unidade de valor”. É o que se vê hoje, na mercantilização do ensino, onde o excesso (excesso de alunos, excesso de pagantes, excesso de universidades, excesso que busca sempre a lógica de mercado) que garante a mais valia é também a forma de gozo fetichista

          DU






O mais-de-gozar, em sua relação de igualdade com a Mais Valia de Marx, permite isolar no laço social a função do objeto a .

LACAN, Jacques. O Seminário – livro 17 – O avesso da psicanálise.
LACAN, Jacques. O Seminário – livro 16 – de um Outro ao outro.
Zizek, Slavoj. Um Mapa da Ideologia – Cap. Como Marx inventou o Sintoma.
Forbes, Jorge – Os eixos da subverção analítica: Os quatro discursos – texto disponível no site do Instituto de Psicanálise Lacaniana – IPLA
Scilicet – Os objetos a na experiência psicanalítica – AMP
Marx, Carl. O capital – Livro I.
Indart JC – Conferência em Curitiba.

Rafael Mariante Sallet

domingo, 14 de novembro de 2010

A ESCRITURA DOS DISCURSOS - TEXTO DE ELABORAÇÃO DE CARTEL - SUSANA QUILANTE

Formalizar a escritura dos discursos valendo-se da lógica e visando à estrutura que determina as enunciações elementares produzidas pelo ser falante, culminou na realização do Seminário O avesso da psicanálise (LACAN, 1969-1970/1992). Tal escritura foi articulada por Lacan para ilustrar quatro maneiras diferentes de se fazer laço social a partir da forma de apreensão dos diferentes efeitos do significante.

Neste seminário o que há é um jogo de letras, matemas dos discursos, no qual, cada discurso, movido por uma verdade inconsciente, produz saber e gozo. A escritura dos discursos, portanto, estabelece as relações do sujeito com o significante enquanto aparelho de gozo, indicando aí o deslocamento do campo da linguagem para o campo do gozo – o campo lacaniano - .
Lacan conceitua o discurso como uma estrutura necessária que põe em movimento relações fundamentais decorrentes do fato de estarmos imersos na linguagem. Irá conceber o discurso para além da fala, dirá um discurso “ sem palavras” e que é produtor de laço social. Ele recorre à lógica dado que esta esvazia a palavra de seu sentido, reduzindo-a a letras e apontando para o Real.
Estabelecendo uma escrita para cada um dos quatro discursos, faz uso de recursos lógicos, oriundos do campo da matemática, dado por um matema específico no que lança mão de quatro letras:
S1: o significante-mestre, o significante pelo qual os outros significantes são ordenados;
S2: o saber constituído enquanto cadeia significante;
a: o objeto a, mais-de-gozar, condensador de gozo e causa-do-desejo;
$: o sujeito dividido, barrado pelo significante;
E designa quatro lugares diferentes: o lugar do agente - semblante, o lugar do trabalho - Outro, o lugar da produção-perda e o lugar da verdade.
Os lugares
agente → Outro
↑ ↓
verdade produção/perda
Os lugares serão ocupados por quatro elementos distintos, que giram no sentido horário e, a cada quarto de giro fundam um novo modo discursivo, que se dará por dois campos distintos: o campo do Sujeito, onde estão o agente e a verdade, e o campo do Outro que corresponde ao Outro e a produção. Cabe ressaltar que o laço social não se dá entre dois sujeitos, mas sim, entre dois campos, importa desde que lugar que se ocupa no discurso.
No que pode ser lido da seguinte maneira: a dominante de cada laço é agente de uma verdade, que tem a intenção de fazer com que o Outro produza algo. Veremos assim, que existem várias maneiras de se portar na condição de agente – como S1, como S2, como $ ou como a – o que trará um efeito para toda a cadeia discursiva. Se temos como agente do discurso o S1 estamos no Discurso do Mestre; se o S2 é o agente estamos no Discurso Universitário; no Discurso da Histérica quem agencia é o $; no Discurso do Analista é ao objeto a que estamos referidos.
Lacan ainda faz uso das setas de implicação ou conexão ( ) para orientar o sentido da cadeia significante e do quarto de giro circular como operador da transformação de um discurso em outro, possibilitando assim a circulação das letras, em permutação circular, sem comutação, por quatro lugares. A cada um quarto de giro dos termos pelas posições, obtemos cada um dos quatro discursos, que se seguem:

Os Discursos
Discurso do Mestre: 
Discurso Histérico:
Discurso do Analista: Discurso Universitário
Em cada um dos quatro discursos propostos por Lacan ( do mestre, do histérico, do analista e do universitário,) no giro desses termos pelos diferentes lugares evidencia-se a impossibilidade ou a impotência. Ou seja, os agentes dos discursos são agentes de alguma coisa que é impossível, que aponta para o Real, bem como, aquilo que o discurso produz é impotente em mostrar a verdade deste mesmo discurso.
Portanto, pode-se depreender do que até aqui percorremos, de que a teoria lacaniana dos discursos, em especial por sua escrita em forma algébrica, ao destacar lugares (representados pelos quadrantes), funções (representados pelas letras), relações (representadas pelas setas de implicação e barras) e operadores estruturais (representado pelo quarto de giro que marca qualquer mudança de discurso) localiza o discurso prevalente em uso pelo sujeito que faz liame social. E que, o analista ao proceder a leitura do que está para além ou aquém das palavras, identifica a modalidade de gozo do analisante e o conduz a um outro cálculo, capaz de estabelecer uma nova economia política do gozo.
LACAN, Jacques. O Seminário – livro 17 – O avesso da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1992.
LEITE, Souza Peter Márcio., Travessia da Fantasia e Identificação ao sintoma:Lógica ou Política? Revista da Escola Brasileira de Psicanálise nº 26, abril/2000.


SUSANA QUILANTE

Nº 1 ANO 1 ALEPH REVISTA DA DELEGAÇÃO PARANÁ - ESCOLA BRASILEIRA DE PSICANÁLISE

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XI JORNADA DE CARTÉIS - DELEGAÇÃO PARANÁ - EBP

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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Criticando um texto de Contardo Calligaris

Tenho muita satisfação em ler os textos do Calligaris. Admiro ele, e todos que se lançam na aventura da escrita. Especialmente quem tem a árdua tarefa de escrever textos para colunas de jornais e fazem muitas vezes da escrita seu ganha pão. Cair no mesmismo, na rotina, no que é igual e saturado é sempre um risco gigantesco, onde a repetição é regra. Há, no entanto, no mundo idiota dos clichês, algumas vozes que perpassam, que transitam carregando consigo a novidade, que conseguem através do emaranhado do cotidiano, encontrar a poesia no dia a dia, abrindo uma janela para aquilo que tropeça, possibilitando um eco daquilo que preferimos recalcar. Contardo Calligaris consegue isso, e por isso o admiro. Não é, portanto, sem um pocado de sentimento de estar sendo injusto, que faço uma crítica a um texto do psicanalista. Injusto porque quem tem uma série tão grande escrita, invariavelmente desagradará algum dia o leitor. E talvez criticar um texto entre tantos maravilhosos, seja exigir o que não é humano.
Acompanho com assiduidade a coluna do Contardo na folha de São Paulo, e seus livros e textos tem me feito companhia já faz anos, e algumas vezes (poucas) discordei do escritor, mas um dos seus últimos textos intitulado Esterilidade das Eleições, me pareceu digno de um comentário.

http://contardocalligaris.blogspot.com/2010/09/esterilidade-das-eleicoes.html

Diz o autor que os políticos deveriam ser cidadãos comuns e desejar ardentemente retornar a vida comum após sua passagem no mandato político, que inclusive esta ocupação política deveria não ser desejada, ao contrário, o candidato seria empurrado, meio a contragosto para o cargo público. 

Acontece que os políticos são pessoas comuns, como eu, ou como você, assim como são pessoas comuns os empresários, os religiosos, os artistas de televisão, os idolos da juventude, os músicos, os marceneiros, os vigilantes, etc. Cada qual em seu segmento, com sua particularidade, mas tem em comum o exercício de um ofício. Sou concordante com a insatisfação do autor em relação a política ser profissão, assim como sou insatisfeito que o professor, o músico, o religioso, e as vezes até mesmo o psicanalista se coloque sob subordinação do vil metal. Mas para buscar tal democracia falada pelo autor deveríamos retornar a crítica marxista que em seu manifesto já falava da corrupção das nobres funções em meros assalariados.
Calligaris afirma que o candidato não deveria ter desejo de ocupar um cargo. Ora, o que resta ao falasser sem o desejo? Como seria possível governar sem o desejo? Apesar, que de fato se trata de um impossível! Tão impossível quanto Freud alertava ao afirmar ser da ordem do impossível educar, governar e psicanalisar. Mesmo sendo impossível, não são poucos os que se aventuram  a educar, governar e psicanalisar.
Acredito que há sim, que se desejar governar, ser eleito, cuidar da coisa pública. Boa parte do resto do texto do Contardo Calligaris se ocupa em desfraldar um ataque a política em geral, caracterizando ela como de marqueteiros e pesquisas de opinião, onde os políticos (classe superior e distante do povo em geral) fariam os cidadãos de idiotas. Seriam os políticos e o resto da população, em suas mediocridades, condenados a não ter nada de novo.
Parece-me que infringe-se um rótulo estigmatizante na política, onde todo político é corrupto, e se é mal preparado é condenado pela incapacidade, e se é preparado, é condenado por ser previamente taxado de mentiroso, corrupto, ou tantos outros rótulos que se escuta dia a dia nas conversas de esquina. Há aí um peso midiático, anti democrático e faciscista, onde a mídia explicitando seu sintoma histérico esbraveja contra qualquer tipo de regulamentação a sua prática, quando na verdade o que ela busca é uma "liberdade democrática" de mentir, caluniar e difamar ao seu bel interesse, bem ao tipo editorial do jornal que aquele que admiro escreve.
Há muitos corruptos, e pessoas que nada representam no jogo democrático o povo brasileiro. No entanto há muitos políticos decentes, que lutam por seus ideais (palavrinha que as vezes parece antiquada na era do consumo) e que acabam sendo sacrificados por opiniões como a que foi apresentado por Contardo Calligaris.

Contardo, já foi um militante comunista. Assim como tantos que migraram da esquerda para a direita babando seu rancor, ele declaradamente admite suas limitações emocionais neste terreno em seu livro Cartas a Um Jovem Terapeuta. Ex militantes parecem-me muito com ex fumantes, quando deixam de ser, passam a ser muito chatos, esbravejando contra.
Outro elemento é o discurso capitalista da mídia, que no seu afã por poder, raramente apresenta em seus noticiários as belas coisas que são feitas diariamente por políticos, pois afinal isso daria crédito demais a eles. Há... se as pessoas escutassem mais a Voz do Brasil.

Há uma recompensa narcísica na crítica aos políticos. Ao elevá-los a uma condição separada ao resto do povo, e tratá-los generalizantemente como corruptos, nos livramos do fardo de dar conta daquilo que nos corrompe. Podemos então dormir tranquilos, pois somos pessoas melhores frente a estes miseráveis polítocos.

Assim nos livramos (ou pelo menos temos instantes dessa impressão) de nossa própria miséria.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

AGENDA SEMANAL DELEGAÇÃO PARANÁ - ESCOLA BRASILEIRA DE PSICANÁLISE

frase

Claudio Campos




O mercado e a Nação

O objeto a como mais de gozar diz dos objeto do mercado,algo do discurso imperativo de gozo do capitalista. Dialeticamente, o mercado é a antitese da Nação, visto que o mercado não tem fronteiras, não tem compromisso com a produção, mas com o excedente dessa produção, o lucro, a Mais Valia. A política de mercado, calçada em seu estágio mais avançado pela dita "globalização", culminou em anos de hegemonia ideológica do consenso de washington, que promoveu mais de uma década do chamado neo liberalismo. O mercado rompe os laços sociais, a nação faz laço, tem fronteira, identidade e compromisso. A crise economica mostrou a falência do mercado, gritando em socorro ao estado protetor. Países que persistiram no antigo projeto neo liberal, foram sim, os que mais quebraram na crise, vide os 18% de desemprego nos EUA hoje.
Há lugar para o desejo, quando milhões de esfomeados tem como identificação o lugar de objeto dejeto? Onde a lei não opera e impulsiona as massas anônimas na foraclusão,  o que se estabelece é a falência do nome do pai.

domingo, 22 de agosto de 2010

AGENDA SEMANAL DELEGAÇÃO PARANÁ - ESCOLA BRASILEIRA DE PSICANÁLISE

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LINK DOS TEXTOS DE ASSOCIADOS DA LETRA ASSOCIAÇÃO DE PSICANÁLISE DE CURITIBA

http://www.letra-psicanalise.com/index.php?option=com_content&view=section&id=15&Itemid=148

CAMPEÃO DA LIBERTADORES

HOMENAGEM AO MEU TIME DO CORAÇÃO.

A ANGÚSTIA - COLÓQUIO DA LETRA

Pra que serve uma análise?




Aqueles que passam por uma análise procuram deixar de ser simples mortais. Querem alguma coisa além da sobrevivência. Querem algo mais. A aristocracia, em psicanálise, é democrática: a cada um foi dada uma singularidade. Mas nem todos receberam coragem para suportá-la.

Jorge Forbes, in Você quer o que deseja?, p. 80
do blog significantes.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

E-BOOK - BIBLIOTECA

PRESENTE AOS LEITORES DO BLOG.
SEGUE O LINK PARA UMA BIBLIOTECA BASTANTE INTERESSANTE COM LIVROS PARA DOWNLOAD (E-BOOK) INDISPENSÁVEIS NA NOSSA FORMAÇAO.

LIVROS DE PSICANÁLISE, PSICOLOGIA, FILOSOFIA, ANTROPOLOGIA, HISTÓRIA, SOCIOLOGIA, TEOLOGIA, LITERATURA, LINGUISTICA, FÍSICA ENTRE OUTROS VÁRIOS...

BOM PROVEITO. SEGUE O LINK ABAIXO:


http://www.4shared.com/account/dir/32185736/92958e7e/sharing.html?rnd=3

AGENDA SEMANAL DA DELEGAÇÃO PARANÁ - ESCOLA BRASILEIRA DE PSICANÁLISE

V ENCONTRO AMERICANO DE PSICANÁLISE DE ORIENTAÇÃO LACANIANA - RIO DE JANEIRO 11 E 12 DE JUNHO DE 2011

Ano que vem é no Brasil.

sábado, 19 de junho de 2010

Saramago e a democracia.

Programação IX Colóquio da EBP – Delegação Paraná


Todo Mundo Delira

Dia 25/06 - Sexta – feira

16:00h às 18:00h
Sessão Clínica (restrita a membros, correspondentes e convidados)

18:30h
Inscrição do IX Colóquio

19:00h
Abertura do IX Colóquio

19:30h
1º Conferência com Antônio Áureo Beneti – A psicose, suas soluções e o delírio de cada um (1º parte)


Dia 26/06 – Sábado

10:00h
Apresentação trabalhos (1º mesa)

12:00h
Intervalo (Reunião Institucional)

14:00h
Apresentação trabalhos (2º mesa)

16:00h
Coffe Break

16:30h
2º Conferência com Antônio Áureo Beneti - A psicose, suas soluções e o delírio de cada um (2º parte)

18:30h
Encerramento do IX Colóquio

AGENDA SEMANAL DELEGAÇÃO PARANÁ - ESCOLA BRASILEIRA DE PSICANÁLISE

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sexta-feira, 18 de junho de 2010

MORRE AOS 87 ANOS O ESCRITOR PORTUGUÊS JOSÉ SARAMAGO

A PROFUNDIDADE SUBVERSIVA DE SUAS PALAVRAS:

"Os bons e os maus resultados dos nossos ditos e obras vão-se distribuindo, supõe-se que de uma maneira bastante uniforme e equilibrada, por todos os dias do futuro, incluindo aqueles, infindáveis, em que já cá não estaremos para poder comprová-lo, para congratularmo-nos ou para pedir perdão, aliás, há quem diga que é isto a imortalidade de que tanto se fala."

"Todos sabemos que cada dia que nasce é o primeiro para uns e será o último para outros e que, para a maioria, é so um dia mais"

"há coisas que nunca se poderão explicar por palavras"

"Há situações na vida em que já tanto nos dá perder por dez como perder por cem, o que queremos é conhecer rapidamente a última soma do desastre, para depois, se tal for possível não voltarmos a pensar mais no assunto"

"O espelho e os sonhos são coisas semelhantes, é como a imagem do homem diante de si próprio"

"Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus, mas infelizmente não o encontro."

"Dentro de nós há uma coisa que não tem nome, essa coisa é o que somos"

"Tolerar a existência do outro e permitir que ele seja diferente, ainda é muito pouco. Quando se tolera, apenas se concede, e essa não é uma relação de igualdade, mas de superioridade de um sobre o outro"

"O certo e o errado são apenas modos diferentes de entender nossa relação com os outros"

"Tudo neste mundo tem uma resposta. O que leva é tempo para se formular as perguntas"

"A globalização é um totalitarismo. Totalitarismo que não precisa nem de camisas verdes, nem castanhas, nem suásticas. São os ricos que governam e os pobres vivem como podem"

quinta-feira, 17 de junho de 2010

O RETRATO DE DORIAN GRAY

Dos pensamentos de Dorian Gray:



"Palavras! Meras palavras! Quão terríveis eram! Quão claras, vívidas e cruéis! Delas, ninguém consegue escapar. Mas que mágica sutil contém! Parecem capazes de dar uma forma plástica a coisas amorfas e de conter uma música própria, doce como a da viola, do alaúde. Meras palavras! Existem algo tão real, quanto as palavras?" 
Oscar Wilde

quarta-feira, 2 de junho de 2010

IX COLÓQUIO DA DELEGAÇÃO PARANÁ - ESCOLA BRASILEIRA DE PSICANÁLISE

Colóquio da Delegação Paraná

O nono colóquio da Delegação paraná está fantástico. Grande oportunidade para aqueles que desejam ter um encontro com a psicanálise de orientação lacaniana.
Para estudantes universitários, podem fazer inscrição comigo a um preço especial.
é só me ligar ou mandar e-mail.
41 99229781
rafael_sallet@hotmail.com 

NOITES NA BIBLIOTECA - ESCOLA BRASILEIRA DE PSICANÁLISE - DELEGAÇÃO PARANÁ

SANTA CATARINA - II COLÓQUIO DO NÚCLEIO PANDORGA DE PSICANÁLISE COM CRIANÇAS

segunda-feira, 31 de maio de 2010

VOCÊ ESTÁ EM ANÁLISE ?

Por Jorge Forbes


Você está em análise? Etâ perguntinha difícil de responder; vejamos. Primeiro, não basta você dizer que vai a um psicanalista bem titulado, tantas vezes por semana. O carteiro do analista também vai lá com frequência e nem por isso está em análise. Ficou conhecida a história de um paciente que após um bom tempo diz a "seu analista" que está chegando ao fim de seu trabalho. Este lhe responde: - "Engano seu, penso que o senhor está prestes a começar". Entrar em análise é mudar de posição subjetiva: a pessoa para de referir suas queixas às cenas atuais de seu cotidiano e passa a se entender em uma "Outra Cena", como dizia Freud. Isso é difícil de conseguir, pois a realidade sempre alivia o comprometimento de cada um em seu mal-estar, razão pela qual muitas pessoas adoram viver um inferno de vida. Se quisermos traduzir em conceito, entrar em análise é sair de uma moral dos costumes e se instalar na ética do desejo.



Segundo, há que se conhecer a diferença entre Psicanálise e o mar de psicoterapias que são oferecidas. Se até para o profissional, nem sempre é clara, imagine para o leigo. O termo "Psicanálise" adquiriu certo valor de mercado e acaba sendo o cobertor genérico de corpos disciplinares muito diferentes, o mais das vezes, opostos. Em síntese, praticamente todas as psicoterapias seguem o modelo da ética médica: um se queixa, o outro trata; um não sabe, o outro sabe; um é paciente, o outro é atuante. Arrisquemos uma definição: no fundamento do que se chama Psicanálise está sempre - sim - sempre responsabilizar o sofredor em seu sofrimento. Não culpar, atenção, responsabilizar e de uma responsabilidade muito diferente da responsabilidade jurídica, que se baseia na consciência dos fatos. Seria até engraçado que a prática do inconsciente exigisse a responsabilidade consciente. A responsabilidade em Psicanálise, contrariamente à jurídica, é a responsabilidade frente ao acaso e à surpresa. Não dá para ninguém se safar de uma situação dizendo: - "Ah, só se foi o meu inconsciente", como se ele fosse 'um moleque irresponsável que não tem nada a ver comigo'. A Psicanálise se define por sua ética, como queria Lacan, e a ética da Psicanálise é o avesso da ética médica, por conseguinte, das psicoterapias. Isso não quer dizer que uma coisa seja melhor que a outra, mas que é fundamental reconhecer as diferenças para que haja uma colaboração efetiva entre os campos clínicos e não mútuo borrão, como soe acontecer.



Terceiro, finalmente, fazer análise hoje é igual aos tempos de Freud? Sim e não. Sim, no que tange ao fundamento do inconsciente; não, na diferença de sua expressão. Desde Freud até muito recentemente, digamos há uns trinta anos, fazer análise era se conhecer melhor e, por isso, agir de maneira menos infestada de comprometimentos psicopatológicos. O se "conhecer melhor" se obtinha na análise do Complexo de Édipo, matriz da significação do comportamento humano, verdadeiro software genial que Freud invene - tou para entender como uma pessoa pode operar o hardware mundo, que não lhe é em nada natural. Por quase cem anos acreditamos que o mundo era edípico, e era mesmo, se edípico é um mundo que institui um padrão de significação vertical e superior, no caso, o Pai. O paciente de ontem, por viver em um mundo padronizado, sabia onde queria chegar e se perguntava sobre o que lhe amarrava a sua vida, daí o foco no passado. Entramos, agora, em uma nova configuração do laço social: a globalização privilegia a horizontalidade sobre a verticalidade constituindo uma sociedade em rede, muito distinta da piramidal da qual nos afastamos no bonde da História. Se hoje o Édipo ainda funciona, sua abrangência de leitura do fenômeno humano é mais restrita e, em decorrência, uma clínica nele centrado também o é. Necessitamos de uma clínica além do Édipo. O paciente de hoje, mais que do passado, quer saber do seu futuro. Ele não se pergunta o que o impede de chegar a um objetivo, pois o problema, quando se quebram os padrões, é saber qual é o seu objetivo entre as inúmeras possibilidades, fato que o angustia. Paradoxalmente, uma análise vai lhe mostrar que há um limite ao conhecimento e que fazer uma análise não é conhecer mais, mas se defrontar com o impossível de tudo saber, frente ao qual só resta uma possibilidade: a de inventar uma solução e a de publicá-la, suportando o risco de seu desejo. Uma análise hoje, pós-edípica, deverá ser capaz de transformar a angústia imobilizadora em criativa; a rigidez em flexibilidade; a moral da necessidade em ética do desejo.


(artigo publicado na Revista Psique - número 51)

AGENDA SEMANAL DELEGAÇÃO PARANÁ

quinta-feira, 29 de abril de 2010

agenda semanal Delegação Paraná - EBP

Produção dos Quatro Discursos - algumas considerações - Seminário XVII O avesso da Psicanálise - Lacan

O Discurso se estabelece como uma estrutura, e como tal, ele não necessita da palavavra, pois o discurso ele se estabelece enquanto laço social na linguagem, que supera a palavra e a própria enunciação.
O primeiro capítulo do Avesso da Psicanálise Lacan introduz as letras de sua álgebra, que  ocuparão lugares na estrutura dos discursos.

S1 - siginficante mestre, de onde parte a definição do discurso, que num primeiro momento é marcado pelo campo do grande Outro, é aquele que intervém naquilo que já está como saber instituído na bateria significante, é um interventor nesta rede de saber do grande Outro.
S2 - é o saber constituído, a bateria dos significantes
$ - sujeito barrado, também pode ser visto como sintoma, ele se dá ao ser representado pelo S1 quando este faz sua intervenção no saber constituído, na beteria significante.
a - pequeno a, que no seminário anterior, De um Outro ao outro,  estabelece-se como o outro pequeno, que se apresenta tanto como causa do desejo, como mais-de-gozar.

lacan diz:
"é no instante mesmo em que S1 intervém no campo já constituído dos outros significantes, na medida em que eles já se articulam entre si como tais, que ao intervir junto a um outro, do sistema, surge isso, $, que é o que chamamos de sujeito como dividido... nós sempre acentuamos que desse trajeto surge alguma coisa definida como uma perda. É isso que se a letra que se lê como sendo o objeto a."

Tudo que fica no lado direito da álgebra lacaniana, estará no campo do grande Outro, do saber, e as letras a esquerda no campo do Sujeito - $ .






Há um quarto de giro em sentido horário, que vai estabelecer quatro posições possíveis da estrutura que vai identificar um determinado discurso.
o do mestre,
o da histérica
o universitário
e o do analista

sexta-feira, 26 de março de 2010

http://www.psicanaliselacaniana.com/mural/textos/4_resumos_sobre_um_primor_de_curso.htm

Para quem está fazendo leitura do seminário 17, eis o link do que há de mais recente em discussão dentro da Escola Brasileira de Psicanálise

FILME RECOMENDADO

Em breve postarei um resumo do artigo da psicanalista Nhomi Ibanez Brown, que no estudo do filme trata da passagem ao ato e a reconstituição do sujeito frente a um novo significante.

ANOREXIA

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

SOBRE PALAVRAS E REMÉDIOS

 

A ciência moderna ainda não produziu um medicamento tranquilizador tão eficaz como o são umas poucas palavras boas."
(Freud)

Alguns podem pensar que Freud disse isso há tantos anos atrás...! E que hoje, com as fluoxetinas e amitriptilinas da vida, isso já foi superado...
Mas, como dizem, "o buraco é mais embaixo". Dia após dia eu escuto pessoas que me contam do fracasso de tais medicações. Pessoas que tomam anti-depressivos há tanto tempo...que já não sabem mais o que veio antes: o ovo ou a galinha. Isto é, o que vem antes: a tristeza ou o medicamento?
São muitos os casos de pessoas que já não se lembram como é a sensação de não tomar o medicamento. E que ainda assim, sentem-se cada vez mais tristes, dias após dia. Denunciando a falha, a incompletude da Medicina, Farmacologia, Psiquiatria.
Outro dia alguém me contava que não podia tomar rivotril, porque esse medicamento lhe gerava uma sensação de felicidade tão artificial, que lhe causava angústia.
A tristeza faz parte da vida do ser humano. Ora, se a falta é constitutiva, como ser feliz todo o tempo? Processos de elaboração de luto fazem parte da vida e da dor de cada um. É preciso que se faça a elaboração dos lutos, que se pense, que doa. O remédio serve para ajudar a fingir que a dor não está lá...quando está!

Muitos acreditam que o remédio serve para ajudar na cicatrização de uma ferida que foi aberta e está doendo...Quando na verdade, os remédios servem para fazer parar a cicatrização.

Bem, aí trata-se da escolha de cada um. Lutar para a cicatrização de suas feridas, ou maquiá-la... Viver tem conseqüências, cada escolha tem seu preço.
POSTADO ORIGINALMENTE NO BLOG SIGNIFICANTES DE ANA SUY SESARINO

AGENDA EBP - DELEGAÇÃO PARANÁ